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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Entender de saudade e senti-la...

Eu me lembro como se fosse hoje da cena de uma novela, mais especificamente com o Toni Ramos, onde seu personagem era um homem de meia idade Grego, que falava para o seu colega que os Brasileiros tinham uma palavra linda em seu vocabulário chamada "SAUDADE", que ele nunca tinha visto ou ouvido em outro idioma...
Eu naquela época já tinha escutado algo sobre isso, mas não me lembro onde, e nem quem me disse, mas tenho certeza que já tinha ouvido falar sobre a palavra saudade ser exclusivamente Brasileira... Que em outros idiomas, ela tem uma tradução, mas são palavras sinônimas (sentir falta, ausência etc...), e na tradução ao pé da letra não existe a palavra saudade! 
Não sei dizer se isso é verdadeiro, pois não sou fluente em outras línguas, mas por ouvir algumas vezes acabei acreditando.
No dicionário esta palavra está definida assim:
Significado de Saudade
Nostalgia.
s.f. Recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que se deseja voltar a ver ou possuir.

Tenho desta palavra uma sensação de leve tristeza, e procuro usa-la para enfatizar algo ou alguém que sinto falta demonstrando que é de maneira relativamente grande... Quando apenas sinto falta de algo ou alguém de maneira moderada ou pequena, costumo usar palavras como - falta, lembrança,entre outras - e também em tom de voz não muito emotivo!

A razão para escrever sobre a saudade hoje, tem muita ligação com a falta enorme que sinto de uma grande amiga, que permaneceu por pouco tempo em minha vida, mas por vários motivos me marcou, me ensinou, me mudou como pessoa, além de servir de exemplo em muitas lições que aprendi durante a vida...

Já escrevi sobre ela umas duas vezes, sempre no mesmo período do ano, que se tornou marcante por ser o dia em que ela desencarnou...

Pegando o gancho sobre desencarnar, e ainda falando sobre saudade, em minha crença religiosa, acredito na morte como uma passagem para outro lado da vida, em um afastamento temporário das pessoas que amamos, onde mesmo acreditando em um reencontro no futuro a saudade é tão grande, que me deixa melancólica, faz chorar por muitas vezes, faz sonhar quando durmo, e as vezes até o cheiro dela (e de outras pessoas que tenho saudade) eu sinto nesses momentos... Não sei como funciona para outras pessoas, e com os diferentes tipos de crença no assunto da morte, na aceitação da ausência etc... 

Já perdi pessoas muito importantes em minha vida, e por mais que eu me informe sobre aceitação, definitivamente não consigo absorver com racionalidade.
Recentemente perdi minha avó materna, que era meu porto seguro, minha companheira e cúmplice, foi minha maior professora nos assuntos ligados a fé, e se antes eu tinha dificuldade com a aceitação e saudade, a perda dela foi um marco em minha vida, pois era nela que eu me apoiava e me guiava diante das perdas, e era a fé dela que me ajudava a seguir em frente na ausência da aceitação sempre com o dom de renovar a minha credibilidade em Deus.
A ausência da minha avó, não só me desestruturou, como tem constantemente dificultado meu problema de aceitação, confundido meu discernimento em como sentir saudade, não apenas dela, como de todas as pessoas que já perdi na vida. E nesse 3º ano sem minha amiga intensificando a saudade com uma dor que chega a ser física (não sei descrever o local do corpo, ou locais, mas dói), que provocou de certa forma uma sensação de cansaço que sentimos depois de grande esforço corporal. E que misturou diversas saudades que tenho desde que minha avó partiu, com outras antigas, com sensibilidades que eu desconhecia em mim, dificuldades de maturidade que ainda me faltam, etc... Trazendo nessa mistura, e nesta data a necessidade de refletir sobre o que significa a saudade em definição de sentimento que vai além da palavra do dicionário, refletir sobre como sentir saudade de maneira saudável (se é que existe uma), e principalmente pensar sobre a importância que as pessoas tem em nossas vidas, independente do grau de parentesco, tempo que estiveram nas nossas vidas, já que a intensidade da falta que sinto tanto da minha avó, como da minha amada amiga Dona Tânia é muito parecida, me arrisco a dizer que igual.
Ambas me trouxeram lições de vida que fazem o que sou hoje, que das pessoas que já perdi ao longo da vida com ambas eu percebo minha dificuldade na aceitação em momentos que olho no relógio exatamente nos horários que faziam parte de uma rotina com elas, como o horário de remédios, horários que falávamos ao telefone, comportamento que elas tinham quando eu adoecia, quando elas como uma espécie de dom, iniciavam uma conversa ingênua e falavam as palavras certas sem saber o que se passava, solucionando um problema/aflição, me faziam pensar antes de cometer algum erro... Em momentos que alguma lição de vida transmitida por elas influência diretamente minha atitude. E assim me dou conta do quanto é complexo o significado da saudade que sinto, e o quanto a perda delas atingiu minha vida, meu futuro, como se a vida fosse um jogo de tabuleiro que foi revirado bagunçando as peças...
Neste 3º ano da tão dolorida saudade, senti de maneira diferente (muito mais forte) do que nos anos anteriores,pois o fato de não ter meu porto seguro que anteriormente me ajudava a encarar a dor da perda, também tenho outras saudades que não superei devidamente para somar com a tristeza que esta data me causa, além de chegar a conclusão, depois de muito pensar, que essas duas perdas transformaram a minha vida igualmente de maneira brutal, tirando não apenas a presença carnal,mas duas figuras que eu não só projetava como maternas, mas sentia um amor maternal.
Com o pouco de conhecimento que tenho, e conhecendo algumas das minhas dificuldades "entre aspas psicológicas", consegui entender uma parte do significado da palavra saudade, e o motivo da sua beleza melancólica.Vez ou outra, ou em datas específicas essa palavra possivelmente exclusiva da Língua Portuguesa, se faz presente em minha vida, e muitas vezes me entrego as lágrimas, mas hoje eu procurei usar esse sentimento para trazer durante todo o dia as melhores lembranças, e escrevendo na tentativa de transformar esse sentimento em algo positivo, mesmo quando dolorida, e aprendizado sobre eu mesma e minhas fraquezas como humana.

Gostaria de finalizar esse pensamento, dedicando esse texto para a Dona Tânia, já que hoje fazem 3 anos da sua partida, e dizendo a quem ler e até para ela (que acredito que receba em forma de oração, minhas palavras), que amei muito tudo que vivi e aprendi com ela, que sinto falta todos os dias. Que após algum tempo deixei de me preocupar com o que as pessoas pensavam em relação a veracidade dos meus sentimentos por ela... Dizendo que não vejo a hora de reencontra-la, e como em todos os textos que falei sobre ela,mais uma vez agradece-la por ter me deixado entrar na sua vida, por me ensinar (algumas coisas não aprendi a tempo), e por me amar como sou!
Também dedicar a minha Vradoka, que faz muita falta, mas que nessa ausência (este ano especialmente) me fez refletir sobre a saudade e entender o real motivo da intensidade da minha...

Saudades imensuráveis
Com amor! 







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